A poluição e a sua associação com as doenças cardiovasculares

Por - Jerazel
04/12/23 13:59

Não é novidade que a poluição do ar, gerada principalmente pelos grandes polos urbanos, traz malefícios para a saúde dos pulmões, pele, vias aéreas e saúde em geral. 

No entanto, novos estudos estão aprofundando-se sobre a possibilidade dela estar relacionada também com doenças cardiovasculares, como o infarto agudo.

Altas taxas de doenças cardiovasculares são uma realidade presente no mundo todo, inclusive no Brasil que, anualmente, apresenta mais de 360.000 mortes relacionadas aos problemas no coração, como hipertensão, AVC, dentre outros.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia criou o Cardiômetro, um indicativo em tempo real das mortes relacionadas à saúde cardiovascular no país como forma de conscientização.

Mas será que a poluição pode estar ligada com isso? Continue lendo para conferir.

Relação entre poluição e doenças cardiovasculares

De acordo com novos estudos realizados na China, a poluição de grandes cidades e lugares ricos em indústrias que emitem gases nocivos para a atmosfera e saúde humana, pode causar aumento da ocorrência de infarto agudo do miocárdio.

Dentre os gases nocivos avaliados, podem-se citar:

  • monóxido de carbono (CO), 

  • ozônio (O₃), 

  • dióxido de enxofre (SO₂),

  • dióxido de nitrogênio (NO₂).

Apesar de nem todos serem tão conhecidos como o CO, eles estão presentes na maior parte das grandes cidades mundiais.

Vale ainda lembrar que esse estudo foi realizado na província de Hubei por diversos especialistas que já realizavam pesquisas relacionadas à poluição e a sua relação com problemas de saúde.

A pesquisa investigou 151.608 mortes ocorridas de 2013 a 2018 devido ao infarto agudo do miocárdio e o foco foi identificar se os gases nocivos citados acima (CO, O₃, SO₂ e NO₂) poderiam ter alguma responsabilidade.

O método de estudo foi uma pesquisa rigorosa sobre a exposição e concentração desses gases no ambiente de moradia dos pacientes, por meio de avaliação criteriosa dos seus endereços, assim como ponderar sobre as estações de monitoramento de ar mais próximas das casas.

O estudo também estudou sobre o tamanho das partículas e seus diâmetros, que pode ser dividido entre:

  • aerodinâmico,

  • ≤ 2,5 micrômetros,

  • ≤ 10 micrômetros.

Resultados

O estudo concluiu que as partículas de todos os tamanhos estavam relacionadas ao aumento de mortes por infarto do miocárdio, de modo que as de diâmetro ≤ 10 micrômetros elevaram o número de mortes até chegar a um cume, de acordo com o nível de exposição.

Outro resultado interessante foi de que a exposição de NO₂ foi maior em pessoas idosas e que tiveram bastante tempo nesse ambiente com o gás, ainda que não diretamente.

Isso indica o que os especialistas já desconfiavam: quanto maior a exposição aos gases nocivos citados, aumentam os índices de infarto agudo do miocárdio.

A poluição atmosférica também deve ser vista e estudada como um fator de risco para a saúde do coração, sendo ideal evitar ficar em ambientes que possam ofertar esse risco, bem como é fundamental manter os cuidados preventivos com a saúde cardiovascular, realizando exames de rotina e mantendo hábitos de vida saudáveis, como ter uma boa alimentação e fazer exercícios físicos regularmente.

Aproveite para saber sobre outros assuntos interessantes a respeito da saúde cardiovascular e leia nossos artigos do nosso blog, como este que fala sobre as novas diretrizes de diagnóstico para HAS.

Autor: Quoretech

Data da publicação: 07/05/2021